
COMO ESCOLHER A MELHOR IMPLANTAÇÃO DE VINHEDO
A implantação do vinhedo abrange todas as operações que vão desde a escolha da área até a formação das plantas. É uma fase muito importante da viticultura de mesa e que deve merecer especial atenção por parte do viticultor, em função de que uma decisão errônea nessa fase poderá comprometer a produtividade, reduzir a vida útil do pomar, dificultar os tratos culturais e fitossanitários, entre outras, o que pode comprometer parcial ou totalmente a lucratividade da atividade. Sempre que possível, a parreira deve ser instalada em áreas de topografia plana ou levemente inclinada e com exposição para o norte, em virtude da maior incidência dos raios solares. De modo geral, a videira pode ser cultivada nos mais variados tipos de solos, com exceção dos solos com problemas de drenagem. Nessa fase é necessário eliminar os restos de cultura (raízes, troncos, etc.) que possam causar problemas com fungos de solo, fazer as devidas correções na acidez e na fertilidade do solo, eliminar pragas (cupins e formigas) e eliminar plantas invasoras de difícil controle (tiririca, grama seda, etc.). Além disso, é importante definir e planejar diversas atividades que serão realizadas na parreira, como quantidade e localização dos carreadores, localização do sistema de irrigação, etc. A formação de quebra-ventos no contorno da latada é recomendável para diminuir a velocidade do vento. O vento provoca a quebra de brotos, dificulta a orientação dos ramos durante a formação dos braços causando deformações na estrutura da planta. Algumas espécies que podem ser utilizadas para esta finalidade são: capim elefante (Pennisetum spp.), cana-de-açúcar (Saccharam oficinarum), grevilea (Grevilea robusta), eucalipto (Eucaliptus spp.), leucena (Leucaena leucocephala), bananeira (Musa spp.) e capim-guandú (Cajanus cajan). Independentemente do método de propagação a ser utilizado, para obtenção de material propagativo de boa qualidade, as plantas fornecedoras de estacas ou garfos devem ser mantidas em áreas conduzidas especificamente para este fim, denominadas matrizeiros ou campo de matrizes. Após 2 a 3 meses da colocação das estacas para o enraizamento, os porta-enxertos estarão prontos para serem levados para o campo. Caso a área destinada à implantação da parreira tenha o sistema de irrigação instalado, pode-se levar os porta-enxertos em qualquer época do ano, desde que estejam bem enraizados, o que pode ser notado pela presença de raízes na parte externa dos saquinhos ou pelo tempo após a colocação das estacas nas embalagens, citado anteriormente. No caso de áreas sem irrigação, os porta-enxertos devem ser levados para o campo quando iniciar o período das chuvas, o que, na maioria das regiões tropicais e subtropicais produtoras de uvas de mesa, ocorre a partir de novembro. As principais formas de formação das plantas são as que conduzem os braços no sentido da linha das plantas ou no sentido perpendicular à essa. A condução dos braços no sentido da linha das plantas tem como vantagens principais a facilidade de realização de tratos culturais – podas, aplicação de produtos para quebra da dormência, desbrotas, desnetamentos, desbaste de cachos, despontas de cachos e de ramos e tratamentos dos cachos com reguladores vegetais – a possibilidade de fazer aplicações localizadas de produtos fitossanitários e facilidade para escalonamento das podas.
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